terça-feira, 24 de agosto de 2010

A juventude vista deste lado

Hoje, num qualquer programa do início da manhã, dos que nos tentam despertar para a labuta diária, ouvi um médico falar sobre comportamentos menos próprios por parte dos jovens.

E qual é a novidade? Não ouvimos sempre os comentários negativos sobre os mais novos ( geração rasca, recordam-se?), inclusivé dos que usaram e abusaram de tudo o que é substância química durante a sua adolescência? Como se a juventude de hoje fosse pior que a do seu tempo!

Foi nesse programa referido que se fazem concursos para ver quem aguenta ingerir mais alcool e que estes jovens só se divertem se "alterados". (pshiu....alguem se recorda do 2000? da Tuborg e dos submarinos?, do início dos "pontapés na cona"? do Jamaica? da Tasca do Cão?...)

Obviamente que não defendo que esse seja o comportamento que nos trará uma geração melhor preparada para a vida futura, somente considero que estes não são diferentes dos do meu tempo, nem de outro tempo qualquer. Porque em vez de criticarem, não se preocupam em procurar alternativas, em mudar mentalidades, em conseguir equipamentos de lazer por forma a os manter animadamente ocupados?

E do alcool passou-se para o comportamento irresponsável dos jovens (o grupo etário 13-15 anos foi dado como exemplo) no âmbito sexual, mostrando-se o médico quase chocado com o aumento de doenças sexualmente transmissíveis entre essas quase crianças. O mundo mudou e hoje o acesso a todo o tipo de informação é conseguido de uma forma imediata e sem grandes obstáculos. A emancipação sexual ocorre muito mais cedo, sendo as doenças (além da gravidez indesejada, mas isso já não é de hoje) a sua face mais negativa. Não me parece que a culpa seja exclusiva dos pais como o quase "enojado" médico quis fazer crer.

A obrigação é pois nossa, dos adultos (pelo menos teoricamente) responsáveis, de preparar os mais novos para a selva e não é a apontar o dedo aos outros que o vamos conseguir.

P.S. Nunca fui o mais popular de nenhum grupo e sempre me irritaram os trogloditas armados ao pingarelho. No entanto, foi sempre dos sabichões que mais me afastei. Talvez porque assim evitava entrar para o grupo dos que lhe davam uns belos calduços!

Burocracias


Na última semana fui duas vezes à repartição de Finanças de Carcavelos, tendo verificado que existe um tempo padrão para ser atendido: uma hora.

Se na primeira ali me desloquei porque não efectuei o pagamento do Imposto de Circulação a tempo e horas (a multa foi quase no valor do Imposto), na segunda pretendi somente perceber o motivo pelo qual me comunicavam uma avaliação de uma casa da qual já não sou proprietário há mais de dois anos.

Sinceramente fiquei esclarecido, a um ponto em que só dificilmente ali voltarei!

E ainda falam dos Tribunais...

Como os meus encontros com a burocracia estavam longe de terminar, fui contactado pela ZON e pela Vodafone, no sentido de subscrever o pacote (linda designação) de TV/Internet/Telefone.

Sucederam-se os telefonemas e as confusões e dúvidas que culminaram em mais uma hora, desta vez ao telefone, para agendar nova deslocação do técnico da ZON a casa, a fim de proceder à troca da BOX (trouxe uma diferente da contratualizada), o que não foi conseguido devido a uma exagerada lentidão do programa informático!

E ainda falam dos Tribunais...

Como não há duas sem três, o banco que me emprestou dinheiro para comprar a minha casa, insistiu durante muito tempo que ela se situa em Lisboa e não em Carcavelos, como vem inclusivé indicado em toda a correspondência remetida. Falei com as funcionárias do balcão onde se encontra a minha conta e com operadoras do call-center e só a muito custo e depois de mais de uma hora ao telefone, consegui que apagassem da morada o destino Lisboa

Talvez o nome da capital na minha morada tenha surgido por acção de um simpático funcionário bancário, que decidiu prolongar uma velha tradição alentejana de que Lisboa é desde Setúbal até Loures.

E certamente ainda falam do Kusturica e do excelente documentário sobre o deus Maradona todos aqueles, que como eu, tiveram a sorte de o ver.