terça-feira, 20 de novembro de 2012

It ain't easy

Por vezes só queria ver sentar-se alguém à minha frente, com duas cervejas na mão e ouvi-lo dizer fala...conta.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

O lado mais belo do desporto



 Aos 89 minutos do Espanha 4 – 0 República da Irlanda e, numa altura em que a sua selecção via confirmada a eliminação do Campeonato da Europa 2012, os adeptos irlandeses entoaram, a plenos pulmões, cânticos de apoio à sua equipa, celebrando o espírito de um povo.

Se no conforto do sofá foi arrepiante assistir a tal demonstração de orgulho, as faces dos adeptos espanhóis denotavam a sua admiração pelo que se estava a passar.

As palmas que no final do jogo se fizeram estridentemente ouvir, foram, acredito nisso, não só para os jogadores mas também para os seus adeptos.

Hoje sou um pouco irlandês.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Totobola



A propósito da parva promoção dos 50 anos do totobola, recordei-me de um artigo que li há uns anos sobre a forma como os diversos povos se comportam.

Um dos exemplos e o único que guardei, dizia respeito às preferências que os nórdicos davam ao totobola em relação aos outros jogos, por ser aquele onde a lógica pode prevalecer, onde menos se depende da sorte.

Os latinos, por seu lado, procuram cair nas boas graças da fortuna em jogos que não obriguem a qualquer esforço.

Já lá diz um antigo provérbio chinês: "Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que plantamos".

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Curiosidade mórbida

"Todos vocês, do mundo seguro, com os vossos airbags, as vossas embalagens hermeticamente fechadas e as vossas dietas sem gordura. Vocês é que são os supersticiosos. Estão convencidos que podem enganar a morte e ficam completamente ofendidos quando descobrem que não conseguem. Sentam-se nos vossos confortáveis apartamentos, assistem à guerra, veêm-nos a sangrar pela televisão e pensam: «Que horror!» Depois levantam-se e bebem mais uma chávena de café."
(passagem de "As memórias do livro", de Geraldine Brooks)


O "Correio da manhã" tem uma aplicação no seu site de pesquisa de mortes violentas com o seguinte texto de apresentação: «Ao longo deste ano o site do CM vai acompanhar todos os homicídios ocorridos em Portugal e recordar as circunstâncias em que as vítimas do tipo de crime mais irreversível perderam a vida.» A pesquisa pode ser efectuada por ano, sexo, idade, mês e distrito.


O corolário deste post será os leitores do "Correio da manhã" bebem café durante a pesquisa?

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Eu acredito

Eu acredito:

Que o país vai mudar;
O Sócrates governar;
e o Cavaco deixar.

O Sporting vai ganhar;
O Jesus aprender a falar;
E o Pinto deixar de roubar.

O Abrunhosa vai realmente cantar;
O Corrula representar.
O José Carlos Pereira parar de se embebedar;

O Francisco Assis vai-se calar;
O "Inginheiro", formar;
E o Santana Lopes de comentar.

Que o dinheiro vai chegar;
Para o país não afundar;
E o sol voltar a brilhar.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Crítica do concerto do Legendary Tigerman

http://diariodigital.sapo.pt/disco_digital/news.asp?section_id=7&id_news=40922

E lá veio o convite para escrever sobre o concerto do Homem Tigre, no Coliseu.

Se a tarefa inicialmente aparentava ser acessível, afinal de contas, sou um fã de Paulo Furtado, tornou-se complicada com o elevado número de convidados e grandes momentos que a mítica sala teve no passado Sábado, o que me obrigou a elaborar um texto maior do que esperava.

O resultado saiu após muito trabalho (percebo agora melhor o Davide e o Miguel) e está aí à espera das vossas opiniões.

http://discodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=40922

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Malas supérfulas e ténis essenciais

Confesso que me custa a perceber o motivo pelo qual as mulheres querem comprar tantas malas, carteiras, baguetes, pochetes, clutches, etc, etc, etc...


Seja numa da loja da marca que compram habitualmente ou numa onde o cartão nunca foi usado, é certo e sabido, que a paragem é obrigatória na secção destes acessórios.

"Estava mesmo a precisar ..."; "Não vês que o botão é diferente?"; "até parece que levam o mesmo..."

E o que mais irrita qualquer homem é quando querem comparar esta obsessão pelas ornamentadoras de ombros, com a nossa NECESSIDADE em adquirir mais um par de ténis, sapatilhas, ...



Como é que não distinguem os que são para jogar em piso sintético, dos para pavilhão? Será possível que não notem a diferença entre uns ténis para correr ao a livre e outros para usar no ginásio? Basquetebol ou andebol, obviamente, não são jogados da mesma forma!

E na sua infinita sabedoria "sapatiana" porque pensam que se temos uns All Star, não precisamos de outros? É assim tão difícil entender que cada modelo da Onitsuka Tiger é susbtancialmente diferente dos restantes? (pode essa diferença ser nas cores do símbolo, mas é importante!!!!!!!!!!!!!!!)

Enfim...gajas...

sábado, 4 de dezembro de 2010

As farpas


As Farpas

Eça de Queiroz

"Aproxima-te um pouco de nós e vê. O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos. A práctica da vida tem por única direcção a conveniência. Não há príncipio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita,absoluta indiferença de cima abaixo! Toda a vida espiritual, intelectual, parada. O tédio invadiu todas as almas. A mocidade arrasta-se envelhecida das mesas das secretárias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce. As quebras sucedem-se. O pequeno comércio definha. A indústria enfraquece. A sorte dos operários é lamentável. O salário diminui. A renda também diminui. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. Neste salve-se quem puder a burguesia proprietária de casas explora o aluguer. A agitagem explora o lucro. A ignorância pesa sobre o povo como uma fatalidade. O número das escolas só por si é dramático. O professor é um empregado de eleições. A população dos campos,vivendo em casebres ignóbeis,sustentando-se de sardinhas e de vinho, trabalhando para o imposto por meio de uma agricultura decadente, puxa uma vida miserável,sacudida pela penhora; a população ignorante, entorpecida, de toda a vitalidade humana conserva únicamente um egoísmo feroz e uma devoção automática. No entanto a intriga política alastra-se. O país vive numa sonolência enfastiada. Apenas a devoção insciente perturba o silêncio da opinião com padre-nossos maquinais. Não é uma existência,é uma expiação. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte:o país está perdido! Ninguém se ilude. Diz-se nos conselhos de ministros e nas estalagens. E que se faz? Atesta-se, conversando e jogando o voltarete que de norte a sul, no Estado, na economia, no moral, o país está desorganizado-e pede-se conhaque! Assim todas as consciências certificam a podridão; mas todos os temperamentos se dão bem na podridão! "

Eça de Queirós escreveu isto em 1871, durante mais quanto tempo se manterá actual?

Um Ministério dos parvos modos de andar já não me parece assim tão impossível...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Barril

Quantas pessoas cada um de nós amará verdadeiramente durante a sua vida?


Um dia, em plena primeira classe, colocaram-nos uma questão sobre quem seriam as pessoas de quem mais gostávamos e respondi: "os meus avós".

Não quero aqui comparar sentimentos, até porque tenho uns pais incríveis e a resposta deveu-se à profunda admiração que já na altura sentia pela Joana Pepe e pelo Sr. Vieira.

Ambos enfrentaram uma vida coberta de desafios. O meu avô tinha nove irmãos e viveu os "mitos urbanos" de uma sardinha para dividir entre todos e do primeiro a levantar-se era o que vestia o casaco. A minha avó, ainda em idade de escola primária, já se levantava de noite para ir para o campo trabalhar, mal o sol emitisse os primeiros raios de luz.

Ainda hoje, quando os visito, o seu sorriso de crianças traquinas emociona-me como nenhum outro.

Têm sempre pronta uma brincadeira, uma "estória", uma anedota.

O Sr. Vieira fez no dia 23 de Outubro (na realidade foi a 15, mas os pais só o registaram oito dias depois) 90 anos!

O amor que eles têm um pelo outro é a lição que nenhum professor me poderia ensinar.

Parabéns Barrilinho!


"Benditos os que não confiam a vida a ninguém"
Livro do Desassossego

domingo, 10 de outubro de 2010

Ao contrário da maioria dos meus amigos, não me recordo de ter tido uma adoração por qualquer cantor, actor, futebolista.

Mesmo a descoberta de outras artes não me trouxe a quem goste de seguir todos os passos.

Apesar de sempre me surpreender de uma forma maravilhosa, de Paula Rego pouco sei, desconhecendo o que anda a pintar.

Os Arcade Fire tocam muitas vezes onde me encontro, não sendo do entanto um novo disco deles mais aguardado que o de outras bandas.

Considero Tim Burton um génio, o que não me fez ver todos os seus filmes.

A regra teve a sua primeira excepção com Bret Easton Ellis e o seu relato da abastada, fútil e narcisista juventude de Los Angeles.

Quem era aquele gajo que escrevia sobre como os putos ricos se achavam superiores ou sobre a sua obsessão consumista?

O Menos que Zero, marcou-me ao ponto de ser o único nome que pensei para este blogue.

Livros como Psicopata Americano ou Lunar Park agarraram-me desde a primeira página.

Quando no início de 2010 li que iria sair um novo livro do Bret Easton Ellis fiquei entusiasmado e quando percebi que era sobre a evolução dos personagens, 25 anos após ter sido escrito o Menos que Zero, passei-me!

Desejei esse livro como um miúdo deseja a bicicleta que vê na montra da loja( ou melhor, o jogo que vem sustituir o que comprou há uma semana e com que todos os dias brinca no shopping enquanto a sua mãe vê "as últimas tendências da moda zariana").

Li os comentários e críticas que foram saindo em várias revistas. As (raras) entrevistas mais não serviram que para aguçar o apetite.

Cheguei a ir a livrarias antes do livro sair.

E depois vi esta capa e não gostei.

Afinal, estava a milhas da criatividade da edição americana.


Mas, caramba! É só uma simples capa!
E depois veio um longo bocejo em forma de livro.
Uma repetição, sem qualquer evolução digna de registo, de um livro (fórmula) de sucesso.
A desilusão do puto que afinal recebe a bicicleta que não deseja, tomou conta de mim.
E para aqui estou, a tentar perceber porque foi o arrogante (sim...acabou o estado de graça do Bret!) abanar a nossa relação!

Mas ele deu-me o Menos que Zero e aqui o tótó, como qualquer outro fã, já aguarda o próximo livro!

Enfim...se não os podes vencer...

domingo, 5 de setembro de 2010

Avante 2010

Um olhar sobre a festa do Avante, no ano em que "A Carvalhesa" faz 25 anos.

Começa quase sempre da mesma forma...
independentemente de como se vai...
se para alguns o ideal continua vivo...
outros deslocam-se somente pela música (aqui, Diabo na Cruz, com o "Colibri" B Fachada em destaque, acompanhados de Vitorino)...
o calor incomoda muito...

e nada como uma pausa para colocar a conversa em dia...

é que o dia é longo e os excessos pagam-se caro!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A juventude vista deste lado

Hoje, num qualquer programa do início da manhã, dos que nos tentam despertar para a labuta diária, ouvi um médico falar sobre comportamentos menos próprios por parte dos jovens.

E qual é a novidade? Não ouvimos sempre os comentários negativos sobre os mais novos ( geração rasca, recordam-se?), inclusivé dos que usaram e abusaram de tudo o que é substância química durante a sua adolescência? Como se a juventude de hoje fosse pior que a do seu tempo!

Foi nesse programa referido que se fazem concursos para ver quem aguenta ingerir mais alcool e que estes jovens só se divertem se "alterados". (pshiu....alguem se recorda do 2000? da Tuborg e dos submarinos?, do início dos "pontapés na cona"? do Jamaica? da Tasca do Cão?...)

Obviamente que não defendo que esse seja o comportamento que nos trará uma geração melhor preparada para a vida futura, somente considero que estes não são diferentes dos do meu tempo, nem de outro tempo qualquer. Porque em vez de criticarem, não se preocupam em procurar alternativas, em mudar mentalidades, em conseguir equipamentos de lazer por forma a os manter animadamente ocupados?

E do alcool passou-se para o comportamento irresponsável dos jovens (o grupo etário 13-15 anos foi dado como exemplo) no âmbito sexual, mostrando-se o médico quase chocado com o aumento de doenças sexualmente transmissíveis entre essas quase crianças. O mundo mudou e hoje o acesso a todo o tipo de informação é conseguido de uma forma imediata e sem grandes obstáculos. A emancipação sexual ocorre muito mais cedo, sendo as doenças (além da gravidez indesejada, mas isso já não é de hoje) a sua face mais negativa. Não me parece que a culpa seja exclusiva dos pais como o quase "enojado" médico quis fazer crer.

A obrigação é pois nossa, dos adultos (pelo menos teoricamente) responsáveis, de preparar os mais novos para a selva e não é a apontar o dedo aos outros que o vamos conseguir.

P.S. Nunca fui o mais popular de nenhum grupo e sempre me irritaram os trogloditas armados ao pingarelho. No entanto, foi sempre dos sabichões que mais me afastei. Talvez porque assim evitava entrar para o grupo dos que lhe davam uns belos calduços!