quarta-feira, 17 de março de 2010

Paula Rego e Tim Burton

Desde o filme Big Fish que sou um seguidor da magia de Tim Burton.

Quando vi pela primeira vez um quadro de Paula Rego fiquei subjugado por algo que não entendia. O que na realidade ali era pintado?

Se Tim Burton é um mestre na criação de mundos de fantasia, é na fantasia desses mundos que Paula Rego encontra muitas vezes a sua fonte de inspiração. Não é em vão que considera Walt Disney, o maior pintor do sec. XX.

O facto deste "post" falar de ambos deve-se somente a ter no mesmo dia visitado a casa das histórias de Paula Rego em Cascais e visto Alice no País das Maravilhas.
Não existiu em toda a exposição um só quadro que me "libertasse" do que senti na primeira vez.
Vi bailarinas que representavam hipopótamos. Uma "mulher-cão", para o qual nem a guia tinha uma interpretação, minimamente, conclusiva, uma mulher "Anjo" que numa mão empunha uma espada e na outra uma esponja.

Dimensões criadas pela mão de uma genial pintora. De Tim Burton espera-se sempre que nos surpreenda.

E mais uma vez isso aconteceu.

Cenários cinzentos, personagens perturbadas e uma interpretação divertida da mulher do realizador - Helena Bonham Carter - no papel de Rainha Vermelha (ele chegou a afirmar que obviamente o papel era dela).
No entanto, fiquei com a sensação que não conseguiu totalmente o efeito que pretendia com os saltos constantes entre 2D e 3D. Em algumas cenas chegou a ser confuso.

Não cheguei a perceber porque motivo a Alice, na primeira vez em que cresce desmesuradamente mantém a roupa, será pelo mesmo motivo que as das cuecas do Incrível Hulk nunca se rasgam?

Um filme que surpreende mas não entusiasma.

(pshiuuuuu....aqui que ninguém nos ouve ou lê....David, a tua interpretação do quadro Olga - o Kurt Cobain após a sua morte, a criança representa a filha que chora e o vestido preto o luto da mulher - é bem mais divertida que saber que a cara é de Anthony Rudolf no corpo de uma mulher alemã, que após a segunda guerra mundial foi viver para o Estoril, tendo aí sido contratada por uma abastada família para ensinar a sua língua materna à filha do casal, apesar de suspeitarem que ela escondia um segredo. )

12 comentários:

  1. a interpretação do Sr David é a legenda autêntica desta pintura... no doubt!

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  2. É caso para dizer, Oh Nino, Nevermind, lol

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  3. In Bloom essa descriçao!

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  4. "He's the one
    Who likes all our pretty songs
    And he likes to sing along
    And he likes to shoot his gun
    But he knows not what it means
    Knows not what it means when I say yeaaahh ..."

    yeahhhhhhhhhhhh
    :)

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  5. o melhor o melhor foi os pregos no final . isso é k dava um grande quadro.
    maria joao

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  6. "Tudo quanto vive, vive porque muda; muda porque passa; e, porque passa, morre. Tudo quanto vive perpetuamente se torna outra coisa, constantemente se nega, se furta à vida"

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  7. João e nem falaste das miniaturas...ou o Miguel comeu todas?
    Esse é um "quadro" a ser pintado sempre que possível!

    * Adoro Pessoa, aqui na versão Bernardo Soares. Curioso o título: Intervalo.

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  8. achas q se deve fazer intervalos na vida? deixar de viver?

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  9. Esta frase, de quem não se conhece o autor, marcou-me e talvez responda em parte a essa questão:
    "Não importa o que o passado fez de mim. Importa é o que farei com o que o passado fez de mim."

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  10. "Antes o vôo da ave, que passa e não deixa rasto,
    Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
    A ave passa e esquece, e assim deve ser.
    O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
    Mostra que já esteve, o que não serve para nada.
    A recordação é uma traição à natureza,
    Porque a natureza de ontem não é natureza.
    O que foi não é nada, e lembrar é não ver."

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