Gosto de ler.
Nem sempre tenho paciência, mas gosto.
Por vezes surpreendo-me num livro, perco-me, arrebato-me!
Há uns anos o Judas deu-me o livro que é o título desta mensagem.
O escritor, durante vinte anos, ouvira confissões de assassinos e no prefácio escreve: "São confissões sem importância: claras, confusas ou directas e que não têm outra desculpa para além de exporem o arrebatamento."
No ano em que o livro faz um quarto de século, aqui vos deixo algumas pérolas:
"Matei-o porque não pensava como eu";
"Terei culpa por ser homossexual? Ele não tinha o direito de não o ser."
"Era pura teimosia. Não lhe teria custado nada fazê-lo. Mas não, não e não. Não pode imaginar. Há gente assim. Quanto menos houver, melhor."
"Coitado, era tão feio que cada vez que o via, era como um insulto. E há limites para tudo."
"Tínhamos ido caçar patos selvagens. Pus-me à coca. Que me teria levado a pôr na mira esse gordo, banhudo e ridículo com o seu chapéu do Tirol, com peninha e tudo?.."
E para finalizar "em grande", cá vai a minha favorita:
"Matei-a para não a apoquentar."
.....simplesmente brilhante!!!!!!!!....
“Lo maté porque estaba convicto de que nadie estava mirando" in Crimines Ejemplares de Max Aub.
ResponderEliminarE porque tenho a certeza que não me olhas enquanto te escrevo...comparto o gosto pela leitura, sempre e quando, esta, nos permita fazer parte desse mundo ficcionado, onde as entidades discursivas se comunicam numa simbiose sem igual, permitindo a possibilidade do êxtase quando há reconhecimento. Desenganem-se aqueles que pensam ser os responsáveis pelo fio condutor da narrativa. Mentira! É ela que nos conduz, que nos abala e nos proporciona momentos de infindável prazer..quase idêntico ao prazer intrínseco de cada personagem de Aub que mata por matar. Mentes obscuras que se deixam guiar pelos instintos mais rebuscados…mentes “perigosas” onde a perturbação e a violência ganham força a cada página do enredo. Uns dos grandes mestres do “suspense” literário será? Poderei outorgar-lhe esse título? Hum, a par dele está Agatha Christie, na minha opinião, bastante interessante, a par de Max Aub.