quinta-feira, 27 de maio de 2010

Lua cheia, ginginha e cerejas

Em noite de lua cheia, a magia chegou ao Coliseu de Lisboa.



Que grande concerto!

Quero lá saber dos parvos, armados em intelectuais do teledisco e da cassete pirata, para quem a comunhão do público com uma banda, através de palmas, ou neste caso do bater do pé nas velhas madeiras do Coliseu, representa um estragar da música!

Se perderam a capacidade para se entusiasmarem, porque vão?

Durante pouco mais de uma hora, senti-me transposto para uma dimensão pararela onde tudo é se conjuga de uma forma bela e harmoniosa.

Não fosses as ditatoriais cadeiras a impedir o livre balancear dos corpos e teria sido um bailado colectivo de olhos brilhantes e emocionados.

Que grande concerto!

A surpresa da foto recebida por quem não foi.

A ginginha do Eduardino puxou sorrisos e a noite não acabou sem as deliciosas cerejas, como que retiradas da t-shirt.

Lá terei de ir ao SBSR!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Crise

E de repente Portugal percebe que a crise é real e toca a todos!

A culpa, claro, é da conjuntura económica mundial, nada tendo que ver com a forma como gerimos os nossos recursos, nem tão pouco com a propensão, quase inata, que todos os governantes parecem ter para o despesismo descontrolado.

Por isso e como sou bonzinho, cá vão 5+1 exemplos (de borla e sem exigir qualquer reconhecimento) do que pode ser feito para ajudar na recuperação financeira:

* Os adquirentes de imóveis com um valor de mercado superior a € 300.000 e os de veículos automóveis com um valor superior a € 50.000 deveriam justificar os seus rendimentos (acreditando na honestidade de todos bastaria a declaração de IRS).

* Os trabalhadores que prestam serviço em organismos públicos (que não só os funcionários do estado) deveriam permanecer no seu local de trabalho durante a totalidade do seu horário - são por demais conhecidos os casos de médicos que em vez de se encontrarem num Hospital Público, tal como estão escalados, passam esse tempo nos Hospitais ou Clínicas Privadas ou do escandaloso número de faltas dadas pelos deputados para tratarem dos seus interesses pessoais - Ainda há pouco tempo soube de um funcionário de uma autarquia que tendo-lhe sido solicitada a escolha do seu horário desde que permanecesse no seu posto de trabalho, respondeu que essa condição não lhe interessava!

* Os organismos públicos deixarem de contratar empresas para desempenharem um serviço que poderia perfeitamente assegurado por quem aufere o Rendimento Social de Inserção ou por desempregados de longa duração (seguranças, que na prática são homens com uma idade que não lhes permite mais do que darem informações, por exemplo), com um custo substancialmente inferior para o estado.

* Os "subsídio-dependentes", na sua área profissional, contribuírem com metade do seu dia laboral em favor da comunidade, ficando a outra metade para procurarem emprego.

* A privatização de empresas estatais que mais não são que um "poço sem fundo" dos nossos impostos - Inconcebível o prémio exigido pelos pilotos ou o vencimento de algumas "estrelas" da RTP.

* Por fim e no caso de com um só emprego não conseguirmos atingir o que pretendemos, podemos sempre iniciar actividade noutra área para a qual tenhamos aptidão:


segunda-feira, 17 de maio de 2010

Trainspotting

Há filmes que não se esquecem.
Que marcam.

O que se sentirá quando se atinge o limite?

Será possível perceber a sua chegada?

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Trânsito



Há pouco tempo, numa conversa de amigos, explicava a forma como conseguia ultrapassar vários carros nas filas matinais: "passo pela bomba de gasolina, sigo na faixa da direita e mal possa, meto-me".

Alguém, que não me recordo, disse-me: "és dos espertos, então".

Com o meu orgulho abalado, dei-me conta que estava a comportar-me de uma forma que considero errada.

Percebi também que a ansiedade que sentia ao tentar "furar" a fila de trânsito a isso se devia e optei por seguir calma e tranquilamente numa das faixas (tenho o estigma de escolher sempre a mais demorada).

Essa alteração de comportamento não se traduziu numa maior demora na chegada ao destino e fez desaparecer as preocupações com os agentes da PSP que por vezes estão junto à faixa de rodagem, com os outros automobilistas que podem não gostar da "brincadeira" e com o impedimento do trânsito na faixa da direita.

É que arriscar junto aos automóveis, só para os "entendidos" como o Xico, tal como se pode ver pela fotografia.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Amintiri din Epoca de Aur

Trinta e seis anos após a queda da ditadura, Portugal ainda procura o seu rumo.

Os crimes cometidos cairam no esquecimento e mais facilmente se critica quem fez a revolução do que aqueles que detinham o poder no tempo da "outra senhora".

Existem pessoas, instituições, feudos que não podem ser tocados.
O medo paira no ar e as bocas vão-se calando.

A nossa classe política é uma anedota e não vejo quem dentro dela esteja disposto a algum sacrifício pessoal em nome da recuperação económica.

Nunca visitei a Roménia, desconheço que vestígios permanecem do tempo de Ceausescu e a liberdade que o povo sente.

No entanto, um filme como "Histórias da Idade de Ouro" não pode deixar de ser entendido como uma lição para um povo que não fala do tempo que viveu em ditadura.

São cinco histórias de mitos urbanos modernos, onde o antigo regime é satirizado ..."consta que a roda do carrosel ainda não tinha parado quando a caravana chegou"...

Rir deles mesmos, tanto que gostaria que tivéssemos essa capacidade.


O título original do fime dá nome a este "post", é a minha homenagem aos cinco realizadores.